quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Poema de Alphonsus Guimaraens


XXIV. Canção
Quando os teus olhos, senhora,
Repoisam no meu olhar,
Fica mais formosa a aurora,
Mais formoso fica o luar.
Quando em teus olhos reluz
O carinho de uma prece,
Se é dia, o sol tem mais luz,
Se é noite, logo amanhece
Quando sorrir-me eu te vejo
Com teu sorriso sem par,
A ave santa do meu beijo
Vai adejando pelo ar.
Vai adejando, e conduz
O seu voo, semilouca,
Para o ninho todo em luz
Que existe na tua boca…

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O Simbolismo


O Simbolismo
Movimento essencialmente poético do fim do século XIX, o simbolismo  representa uma ruptura artística radical com a mentalidade cultural do Realismo-Naturalismo, buscando fundamentalmente retomar o primado das dimensões não-racionais da existência.
Para tanto, o simbolismo redescobre e redimensiona a subjetividade, o sentimento, a imaginação, a espiritualidade; busca desvendar o subconsciente e o inconsciente nas relações misteriosas e transcendentes do sujeito humano consigo próprio e com o mundo.
Numa visão mais ampla, tanto no campo da filosofia e das ciências da natureza quanto no campo das ciências humanas, a desconstrução das teorias racionalistas faz-se notar, seja por meio da física relativista de Einstein, da psicologia do inconsciente de Freud ou das tórias filosóficas de Schopenhauer e de Friedrich Nietzsche.
Assim, o surgimento do simbolismo por um lado reflete a grande crise dos valores racionalistas da civilização burguesa, no contexto da virada do século XIX para o século XX, e por outro inicia a criação de novas propostas estéticas precursoras da arte da modernidade.

Origens do Simbolismo

Ao longo da década de 1890, desenvolveu-se na França um movimento estético a princípio apelidado de "decadentismo" e depois "Simbolismo". Por muitos aspectos ligado ao Romantismo e tendo berço comum ao Parnasianismo ("Parnasse Contemporain", 1866), o Simbolismo gerou-se quando escritores passaram a considerar que o Positivismo de Augusto Comte e o demasiado uso da ciência e do ateísmo (procedimentos do Realismo) não conseguiam expressar completamente o que acontecia com o homem e a Natureza.
A França foi o berço do Simbolismo, que se manifestou no satanismo e no spleen de As Flores do Mal, do poeta Charles Baudelaire; no mistério e na destruição da linguagem linear de Um lance de Dados e de Tardes de um Fauno de Stéphane Mallarmé; no marginalismo de Outrora e Agora, de Paul Verlaine e ainda no amoralismo de Uma Temporada no Inferno, de Jean Nicolas Rimbaud. Segundo algumas fontes, Edgar Allan Poe é considerado o precursor desse movimento, por ter influenciado nas obras de Baudelaire.}

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013